Pelo menos 35 noivas estão com as festas e cerimônias de casamento comprometidas. Desde ontem (7), várias clientes do Netto Galvão Decorações, empresa com estabelecimento no Sudoeste, se dirigiram à 3ª Delegacia de Polícia no Cruzeiro para registar ocorrência contra o empresário. As moças alegam ter recebido do empresário uma carta em que ele dizia não poder cumprir mais os contratos, que variam de R$ 20 mil a R$ 50 mil.
Segundo Claudia Alcântara, delegada da 3ª DP, revela que até o momento foram registrados 35 boletins de ocorrência contra Netto Galvão. "O próximo passo é instaurar um inquérito policial para cada ocorrência, então, intimar o empresário", explicou Alcântara. Não será necessário ouvir todas as vítimas antes da intimação, pois as declarações foram descritas em depoimento.
A delegada explicou que "em tese, este é um crime de estelionato". Neste tipo de delito, a pena varia de 1 a 5 anos para cada ocorrência registrada, caso o suspeito seja condenado. Mesmo assim, a delegada esclarece que "Netto Galvão ainda não é considerado fugitivo, pois ainda não o intimamos para comparecer à delegacia".
Suspeita de embarque para a França
Segundo a Polícia Civil, foi comprovado que a empresa aérea Air France emimitiu passagem em nome de Netto Galvão para voo que partiu de Brasília com destino à França na última quarta (6). No dia seguinte ao possível embarque, quinta (7), as noivas receberam uma carta do empresário. No documento, ele disse que estava passando por problemas financeiros com a empresa e, por isso, não cumpriria os contratos. "O empresário alegou também que está sob sofrimento psicológico e pediu desculpa por estar comprometendo o sonho das noivas", contou a delegada. "Por fim, ele disse que pretende devolver o dinheiro, na medida do possível", concluiu.
A Netto Galvão Decorações, que oferecia serviços de decoração e fotografia, ficava no bloco B da Quadra 303 do Sudoeste. Mas no local, agora, não há mais nenhum sinal da empresa. Segundo Cláudia, responsável pelo caso, uma das noivas chegou a assinar o contrato há apenas duas semanas e que no momento que esteve no estabelecimento, móveis estavam sendo carregados. "Ela contou que perguntou o motivo da retirada do mobiliário e o empresário alegou que ele iria emprestar os movéis, mas o estabelecimento já estava sendo desmontado", revelou.
Incontáveis vítimas
Uma das noivas, cujo casamento é amanhã (9), esteve na delgacia esta tarde e passou mal durante o registro da ocorrência. Ela teve de ser encaminhada para um hospital, segundo informou a Polícia Civil. Conforme declarado pela delegada, Netto Galvão tinha orçamento com pelo menos 75 casamentos para este ano, só na Catedral, além de vários contratos de formaturas com universidades.
O empresário é soldado da Policia Militar (PM), mas há três anos pediu afastamento sem remuneração para cuidar de assuntos pessoais -nessa condição, o PM fica na corporação para manter o vínculo, mas não recebe salário.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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