BRASÍLIA (Reuters) - A arrecadação federal seguiu em trajetória de intenso declínio em março, com queda real de 6,96 por cento sobre igual mês de 2015, a 95,779 bilhões de reais, em meio à contínua fraqueza da atividade econômica.
O dado, divulgado nesta terça-feira pela Receita Federal, veio melhor que a estimativa de 93 bilhões de reais em pesquisa Reuters.
Mesmo assim, representou a pior performance para a arrecadação em março desde 2010, quando somou 91,139 bilhões de reais, cifra corrigida pela inflação.
No acumulado do primeiro trimestre, a arrecadação somou 313,014 bilhões de reais, queda real de 8,19 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em março, a arrecadação foi diretamente afetada pelo recuo em tributos de peso, como Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Cofins/Pis-Pasep, que recuaram cerca de 5 por cento. A receita previdenciária, por sua vez, sofreu declínio real de 4,22 por cento sobre um ano antes.
Por outro lado, as desonerações diminuíram, passando de 9,843 bilhões em março de 2015 para 7,145 bilhões de reais no mesmo mês deste ano.
Sem elevação das receitas tributárias, diretamente afetadas pela economia em recessão, a tarefa de reequilíbrio das contas públicas torna-se cada vez mais distante.
De olho nessa realidade, o Executivo propôs no fim de março que o governo central (Tesouro, Previdência e Banco Central) possa encerrar o ano com déficit primário de 96,65 bilhões de reais em 2016, ante meta ainda vigente de superávit para a economia para pagamento de juros da dívida de 24 bilhões de reais.
O projeto de lei, que abre as portas para o terceiro rombo consecutivo nas contas do governo, considera a possibilidade de abatimento na meta de até 40,3 bilhões de reais com frustração de receitas administradas no ano.
(Por Marcela Ayres)
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