quarta-feira, novembro 04, 2015

Rollemberg promete enviar equipe para expor contas públicas

Nem mesmo a bancada do Distrito Federal no Congresso  acredita piamente nas contas do GDF. Ontem Rollemberg buscou ajuda dos deputados federais  e senadores para resolver o impasse com os servidores públicos. Ao final da conversa os dois lados não alcançaram um ponto de consenso e o governo se comprometeu a enviar hoje uma equipe técnica ao Congresso para detalhar a situação financeira da máquina pública.

Para resolver a celeuma quanto à situação do caixa, o governador pode adotar ainda sugestão da criação de conselho fiscal de notáveis, proposta pelo senador Cristovam Buarque (PDT). O GDF argumenta que não tem dinheiro, mas servidores e parlamentares contestam este discurso. 
O conselho seria formado por personagens importantes do DF, fora das linhas governistas, com a missão de apresentar de forma isenta o raio-x financeiro do GDF. 

Entre os eventuais participantes deste grupo figuram o  ex-secretário da Receita Federal do governo FHC, Everardo Maciel e do economista Raul Veloso. Membros da bancada estão predispostos a ajudar Rollemberg na interlocução com os sindicatos. Mas a proposta só terá chances de vingar caso a reunião de hoje com os técnicos do Buriti seja positiva.

Rollemberg havia chamado os 11 parlamentares do DF no Congresso. Só compareceram os deputados federais Rogério Rosso (PSD), Ronaldo Fonseca (PROS), Rôney Nemer (PMDB), Érika Kokay (PT) e Augusto Carvalho (SD), além do senador Cristovam. 

Alegando problemas de saúde, o  senador José Antônio Reguffe (PDT) não compareceu mas telefonou ao governador. “Liguei para o Rodrigo e me coloquei à disposição para construir um diálogo. Todos nós somos responsáveis e temos que nos unir em prol da cidade”, disse Reguffe. Segundo Rôney Nemer, se o GDF não tem condições de honrar os reajustes no momento, deveria levar em frente ações de valorização para melhorar a qualidade de trabalho e  capacitar as categorias.

Queda de braço
Em relação à queda de braço pelo reajuste, Rôney é contrário a qualquer solução que passe pelo aumento de impostos para garantir a recomposição salarial das categorias. “Na verdade não tem nenhuma ideia como resolver esse impasse. Mas há varias categorias que sinalizam que poderiam avançar em outras questões e não apenas a salarial”, explicou.

Na avaliação de Cristovam, a reunião foi passo positivo, mesmo com a falta de definições ao final da conversa. “É nossa obrigação. O Rodrigo ainda está muito na defensiva, querendo explicar tudo, justificar tudo. Mas essa situação não pode mais continuar com  governo de um lado e os servidores no outro. A bancada pode ajudar na interlocução com os sindicatos”, afirmou o senador.
Ao longo dos últimos meses, a  relação do governador  com a bancada federal tem sido praticamente nula, ao contrário de governos passados. Ironicamente, antes da eleição de 2014, o então senador Rollemberg era coordenador  da bancada brasiliense e mantinha dialogo, inclusive, com os sindicatos.

Deputados preferem nem conversar
Antevendo a falta de conclusões da reunião, o deputado federal Izalci Lucas (PSDB) preferiu não comparecer ao encontro com o governador. A ausência do parlamentar é um sinal do crescente distanciamento dos tucanos em relação ao governo Rollemberg.

“É um desgoverno. Ele fica sempre na mesma ladainha que não leva a lugar nenhum. O DF está sem norte”, disparou Izalci. Para o parlamentar, a gestão está pecando em pontos estratégicos. “Volto a dizer que o governo está deixando que as empresas deixem o DF. Essa evasão vai reduzir nosso orçamento, nossa arrecadação, nossos empregos”, argumentou.

Outro ausente, o deputado federal Alberto Fraga (DEM) também não economizou críticas. “Não valia a pena ir. Não vou me prestar a ir para uma reunião para ouvir conversa fiada. Foi uma reunião improdutiva, enganadora e que não vai levar a lugar nenhum”, esbravejou. Fraga comentou que o governo não está sendo capaz de elaborar novas propostas na mesa de negociações com os servidores públicos em greve.

Ponto de vista
A deputada  Érika Kokay deixou a reunião  indignada com a postura do Buriti. “Não sou ventríloqua do governador para ficar repetindo uma fala que não convence. Uma fala que não consegue mostrar que o governador tem capacidade para governar essa cidade. Ele tem que reconhecer o direito assegurado a estes servidores e servidoras”, afirmou. Para Kokay, o governo precisa deixar claro a situação financeira do GDF. Na hipótese de que  o caixa  esteja no vermelho, a deputada exigiu   que o Rollemberg  elabore soluções para pagar os reajustes. “Ele ajudou a construir estes reajustes quando era líder da bancada. Isso mostra que ele não guarda coerência com sua história”, arrematou.


Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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