O número de mortes em acidentes de trânsito aumentou 17% este ano sobre igual período do ano passado, saltando de 216 para 254. Já o número de acidentes fatais nos sete primeiros meses deste ano teve crescimento de 12%. Deixando os índices em segundo plano e evidenciando também a emoção, o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Trânsito lembra as perdas e alerta para as fatalidades na estrada.
Em todo o mundo, o terceiro domingo de agosto é dedicado à memória das vítimas de acidentes de trânsito e seus familiares. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), serve também como alerta: depois de três anos com tendência de queda, o DF volta a ter números alarmantes de mortes no trânsito.
Cada número representa pelo menos uma família que sofre com a saudade e a dor. Ontem, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, um evento antecipou a data, homenageou vítimas e parentes e destacou a conscientização no trânsito.
Chamados
Das ligações recebidas pelos Bombeiros e pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), 40% são chamados para acidentes de trânsito. “Falta conscientização. Hoje não dá para sair no trânsito sem ver uma briga, pessoas alcoolizadas ou distraídas”, afirma o sargento Luís Moreira.
Para Mírian Machado, coordenadora de Projetos do Samu, a pretensão é de, ao menos, ensinar e sensibilizar as crianças e mostrar que elas têm o poder de salvar vidas.
Prevendo resultados a médio e longo prazos, as crianças são alvo de projetos da área e, no evento de ontem, escoteiros estiveram presentes. Os jovens Gabriel Holanda e Felipe Amaral, de 12 e 11 anos, acharam a simulação de atendimento do Samu esclarecedora.
“É bom saber como salvam as pessoas. Meu tio sofreu um acidente. O amigo dele, que dirigia, estava bêbado. Ainda bem que nada demais aconteceu com ele”, lembra Gabriel. “Ninguém da minha família sofreu acidentes. Deve ser sorte”, emenda Felipe.
Ciclistas
De acordo com dados do Departamento de Trânsito, 13 ciclistas foram vítimas de acidentes de trânsito até o mês de julho. Em média, são quase duas mortes por mês, a mesma registrada ao longo do ano passado, quando somou 26 casos.
“Isso parece ser uma prioridade porque as mortes no trânsito não têm diminuído. Pelo contrário. Tudo o que foi feito é importante, mas precisa melhorar muito para começar a reduzir essas estatísticas”, considera Raphael Barros, secretário-executivo da ONG Rodas da Paz.
Saiba Mais
Acidente de trânsito é a terceira maior causa de mortes no Brasil, com uma média de 45 mil mortes por ano.
Segundo dados do Ipea, o governo gasta, em média, R$ 90 mil com vítimas não fatais de acidentes de trânsito. Em caso de morte esse número passa para R$ 550 mil.
O evento de ontem contou com ações educativas, exposição de trabalhos e vídeos de entidades que realizam ações voltadas para a segurança no trânsito no DF, Brasil e mundo.
ACIDENTES FATAIS
EM REGIÕES
Ceilândia: 16
Plano Piloto: 12
Gama e Santa Maria: 8
Samambaia e Taguatinga: 7
Planaltina: 5
Recanto das Emas e São Sebastião: 3
Vicente Pires: 2
Cruzeiro, Guará, Jardim Botânico, Lago Sul, Núcleo Bandeirante e Sobradinho II: 1
EM RODOVIAS
DF-001: 17
DF-003: 15
BR-020: 14
DF-180: 10
BR-060: 9
BR-040: 8
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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