quarta-feira, outubro 22, 2014

Tarifa de R$ 1 terá impacto positivo no bolso

Após o lançamento da proposta de redução das tarifas de ônibus, muito se falou sobre a viabilidade financeira da proposta. No entanto, pouco se falou sobre o impacto da diminuição dos preços na economia. De acordo com especialistas, para quem ganha menos, as consequências serão sentidas de forma mais intensa.

Em um mês com 20 dias úteis, quem paga R$ 3 pela viagem de ônibus ou Metrô acaba gastando R$ 120, se utilizar só um trecho para  ida e outro para volta. Ou seja, caso as tarifas cheguem a R$ 1, o custo seria de R$ 40 mensais, um terço do atual.

O economista Roberto Piscitelli, da Universidade de Brasília, acredita que é preciso estudar a forma de viabilizar a proposta financeiramente. Mesmo assim, se colocada em prática terá impactos positivos no orçamento do usuário do transporte público. Para o especialista, benefícios são possíveis.

“No caso de uma redução de dois terços no gasto com passagem, sobram quatro reais por dia. Ou seja, em um mês com 20 dias, será possível economizar R$ 80. Isso se  forem levados em conta só os gastos de uma pessoa da família. Essa economia representa mais de 10% de um salário mínimo. Então pode ser bem relevante para as classes mais baixas”, explicou. Dessa maneira, o trabalhador que paga mais de duas passagens por dia  sentirá mais a medida no bolso. Quem gasta R$ 240 hoje, poderia diminuir a conta com o transporte para R$ 80.  

Mesmo assim, Piscitelli acredita que os empregadores não devem mudar as políticas salariais. “Teoricamente, seria possível pagar melhor aos funcionários, já que haverá menos gastos com vale-transporte. Mas sabemos que esse tipo de lógica nem sempre dá certo, já que são concedidos incentivos fiscais e isenção de IPI, por exemplo, para carros e o valor repassado ao consumidor acaba diminuindo  pouco ou nada em vários casos”, completou.

Gasto não sobe tanto
Frejat calcula que em vez dos R$ 90 milhões mensais usados  para manter as gratuidades, a tarifa reduzida elevaria o custo para R$ 112 milhões. A arrecadação com IPVA, estimada em R$ 800 milhões anuais, seria usada para bancar o acréscimo nas despesas.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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