Os candidatos ao Buriti protagonizaram na TV Record um dos debates mais tensos da campanha. Se antes Jofran Frejat (PR) era quem procurava o conflito, desta vez, Rodrigo Rollemberg (PSB) também atacou. As críticas, em tom áspero e às vezes irônico, deram o tom do debate, em que poucas propostas foram apresentadas.
Apesar de mencionar algumas vezes a antiga aliança entre Rollemberg e Agnelo, Frejat acabou usando outros capítulos da biografia do adversário como munição. Ao contrário de outros debates, quando a estratégia foi levada à exaustão. Outra mudança de postura foi mostrada pelo candidato do PSB, que trouxe à tona processos judiciais do rival.
No início do debate, Rollemberg acusou Frejat e seu partido de terem participado do governo petista mais que o PSB. “Seu partido participou até abril deste ano do governo e teve duas secretarias e a presidência da Codeplan. Você está enganando a população”, disparou.
Frejat esclareceu: “Você continua insistindo na inverdade. Não tenho compromisso com esse governo. Tanto é que nosso partido nacionalmente apoia Dilma, mas nós apoiamos Aécio, o que só prova que temos autonomia para escolher”, afirmou, encerrando um bloco de perguntas que tinha creches públicas como tema.
Sarcasmo
Na oportunidade seguinte, Frejat fez outra investida e pediu a Rollemberg uma avaliação sobre a atuação dele na Secretaria de Saúde. O rival fez críticas e chegou e declarar que “quem faz hospital é secretário de Obras”.
Na réplica, o candidato do PR citou um discurso de Rollemberg, em 2010, ainda como deputado federal, elogiando o passado de Frejat. “Você mentia antes ou mente agora?”, ironizou o candidato do PR. “Não estava mentindo antes nem agora. Tinha outra imagem. Passei a conhecer com mais profundidade agora”, defendeu-se Rollemberg.
Um dos momentos cômicos do debate foi quando Frejat insistiu na participação de Rollemberg no governo Agnelo. O candidato do PSB usou contra-argumentos. “Você foi mais governo Agnelo que o PSB. Saímos em 2012. O deputado Izalci (Lucas) teve de sair do partido porque não concordou em continuar no governo. Você também ajudou no governo”, criticou. “Eu?”, interrompeu Frejat. “Sim. Ou você não é do PR?”, completou Rollemberg, arrancando risadas da plateia.
De vez em quando, os projetos
Em blocos onde as perguntas foram feitas por jornalistas e por telespectadores, as propostas tiveram vez. Quando o assunto foi saúde, Frejat falou em despolitizar a gestão hospitalar. Para ele, o problema são as indicações. “Gestão politizada não funciona. Se botar política em qualquer área, é um desastre. Temos que corrigir isso, porque saúde não pode estar envolvida com interesses políticos. Só mudar a gestão, não resolve”, opinou. A “Tarifa Frejat”, proposta que diminuiria o preço das passagens para R$ 1, também foi citada em diversos momentos.
Já Rollemberg garantiu a continuidade do programa Morar Bem. “Isso de acabar com programas de outras gestões é coisa da velha política”, afirmou. O candidato falou também em criar um órgão que atue no planejamento das cidades.
Saiba Mais
Outro fato que contribuiu para o clima acirrado do debate foi a participação da militância das duas coligações. Cada grupo ocupou um dos lados do auditório do Museu da República.
Pela primeira vez, os candidatos puderam levar um grande número de cabos eleitorais para dentro do auditório.
A medida chegou a atrapalhar o andamento do debate, já que os participantes e o apresentador eram interrompidos pelo burburinho no local.
Durante os intervalos, os grupos disputavam quem gritava mais alto e as provocações eram inevitáveis.
Ao final, militantes chegaram até a xingar candidatos rivais.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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