No dia 28 de outubro (próxima terça-feira), a partir das 10h, nós trabalhadores(as) da cultura faremos um ato em frente ao Palácio do Buriti, exigindo o pagamento imediato das pendências do GDF com artistas, produtores (as) culturais e fornecedores (as).
A dívida da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal hoje está em torno de 46 milhões de Reais. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, existem débitos ainda do mês de abril. Muitos fornecedores estão à beira da falência. Outros já entregaram as pontas, por não conseguirem segurar por tanto tempo a falta de pagamento de seus funcionários, por exemplo. Importantes festivais locais estão ameaçados pela perda de credibilidade e pela inadimplência de seus proponentes. Impostos atrasados se arrastam em empresas e associações e inviabilizam a regularidade de certidões negativas, aquisição de empréstimos ou participação em novos editais.
A situação é tão extrema que já extrapola a possibilidade de resolução por parte da Secretaria de Cultura do Distrito Federal, uma vez que seu financeiro está totalmente comprometido e depende do envio de recursos por parte da Secretaria de Fazenda do DF. No ritmo em que os repasses de verbas tem sido realizados, os pagamentos de serviços prestados de abril a setembro de 2014 só poderão ser liquidados no final de 2015.
Somos profissionais como quaisquer outros, vivemos empreendendo por meio da cultura, pagamos contas, temos famílias e compromissos. Agregamos valor ao fazer cultural e não podemos trabalhar sem receber. Além disso, nós sequer tivemos uma explicação oficial da Secretaria de Cultura ou de qualquer outra Secretaria sobre esta situação. Montamos diariamente quebra-cabeças com informações picadas, muitas vezes desencontradas e que nos fazem temer inclusive um calote - um filme de terror em looping. Para a maioria de nós, a crise está instalada e temos que, unidos, exigir da atual gestão um compromisso em liquidar as dívidas da cultura com urgência.
Por tudo isso e muito mais, é extremamente importante que estejamos presentes no ato que buscará negociação com a Secretaria de Fazenda, Casa Civil, Secretaria de Cultura e o próprio Governador, se necessário.
Para nós, cultura não é um mero hoobie ou fonte de renda secundária: é missão, profissão e ganha-pão. Somos profissionais e dessa área tiramos nosso sustento e de nossas famílias. Defendemos, ainda, a importância da cultura em sua dimensão cidadã, política, educativa, formadora de identidades e indispensável para todos e todas.
Tememos pela cadeia produtiva, por nossos empreendimentos, pela falta de continuidade de nossos projetos e ações, que tanto tem impactado positivamente na sociedade. Somente juntos(as) poderemos exercer a pressão social e política necessária para resolver de uma vez por todas essa situação.
Fonte: Facebook Celi Caetano
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