sexta-feira, março 07, 2014

Áreas nobres do Distrito Federal lideram o consumo de cocaína (07/03/2014)



  • Em um ano, o Distrito Federal consumiu pelo menos 1,5 tonelada de cocaína. São cerca de oito doses diárias para cada grupo de mil habitantes. A Asa Norte, o Varjão e o Lago Norte lideram o ranking do uso com 12,2 porções, quantidade 52,5% maior do que a média da capital federal. Esse é o mais recente mapa de consumo do entorpecente elaborado pelo Grupo de Automação, Quimiometria e Química Ambiental (AQQUA) da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com o Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, com a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) e com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

    Para chegar a esse resultado, os pesquisadores analisaram em 2012 amostras em oito estações de tratamento do DF, que canalizam o esgoto de 73% da população brasiliense. São elas: Melchior, Brasília Sul, Samambaia, Planaltina, Brasília Norte, Gama, Paranoá e Riacho Fundo. Como algumas recebem dejetos de mais de uma região administrativa, ao fazer o cálculo do consumo da droga foi levado em consideração o número de habitantes das cidades atendidas pelas unidades de tratamento.

    Dessa forma, os pesquisadores detectaram componentes da cocaína metabolizadas pelo organismo. Planaltina e Riacho Fundo empataram na última posição, com 4,4 doses. A média delas é 45% menor que a do DF, de oito por dia. A região que compreende a Asa Sul, o Lago Sul, o Cruzeiro, o Sudoeste, entre outras, aparece em quinto lugar no ranking do consumo, empatada com o Paranoá e Itapoã.

    O levantamento identificou que, nos fins de semana, o consumo dobra. “Isso surpreendeu. Esperávamos um aumento, mas não tão grande”, explica Gustavo Brandão Souza, estudante de mestrado do Instituto de Química da UnB, um dos responsáveis pela pesquisa. O estudo detalha que o uso aumenta a partir de quinta-feira, com pico no sábado. Acredita-se que isso acontece porque grande parte do consumo do entorpecente é feito durante festas e outras atividades de recreação. As pesquisas são realizadas desde 2010.

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